Terceiro ano, ano de vestibular. Tá. Mas também é o último ano que a gente tem na escola, ou seja, depois dele nunca mais, a não ser que você repita de ano. Então, o terceiro ano é ano da gente fazer merda, porque depois é só pentada violenta. E eu tava me preparando pra isso, bolando algumas besteiras pra fazer junto com meus amigos. Tudo mirabolado com cautela e precisão.
Mas aí de repente eu chego em casa e fico sabendo que eu não vou mais continuar no colégio. O que diabos eu faço da minha vida agora? O que vai ser do meu último ano na escola? As besteiras que eu tinha bolado vão por água abaixo, ou pelo menos eu não vou poder participar delas quando meus amigos fizerem!
Que intimidade eu tenho pra sair aprontando essas coisas num colégio novo, totalmente diferente, onde não tenho ninguém pra ser meu cúmplice, pra dar uma aliviada, ou fazer vista grossa?
E ainda tem essa de ter entrado uma freira na minha antiga turma. QUANTAS VEZES NA VIDA EU VOU TER A OPORTUNIDADE DE TER UMA FREIRA DE 20 E TANTOS ANOS ESTUDANDO NA MESMA SALA QUE EU? É injusto demais, uma coisa tão bizarra assim acontecendo por lá e eu não estou presente.
E outra: tá rolando uma revolta no colégio contra o abuso da cantina e o otário aqui está de fora vendo esse fato histórico inédito. Pra acompanhar movimentos dessa forma eu fico em casa vendo o Jornal Nacional falar sobre a Líbia!
E tem mais: na minha turma atual só tem 4 garotas. Isso mesmo, SÓ 4 GAROTAS! Além disso eu acordo 1 hora mais cedo pra ir pra escola e saio uma hora mais tarde de lá.
Olha como me sinto por dentro:
Acho que já deu pra esse post fazer jus ao marcador.
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